quinta-feira, 8 de outubro de 2009

AS “VIROSES INTELECTUAIS” E A GRANDE REDE.

É cediço que a informática e a “navegação” pela grande rede de computadores, mormente no que se refere à rapidez e à qualidade na troca de informações, mudaram para melhor a vida de pessoas das mais variadas gerações e vertentes políticas. Hoje, dentre outras facilidades, podemos visitar museus, ver imagens de satélite de qualquer parte do mundo e fazer compras sem sairmos de nosso aconchegante quarto de dormir.

Todavia, há algum tempo, venho observando um fenômeno que começa a me preocupar: a disseminação de “viroses intelectuais” pela internete. Não, caro leitor. Não estou me referindo aos chamados “vírus de computador”, aqueles temidos programas que, uma vez “infiltrados” em um sistema desprotegido, podem causar sérios problemas ao usuário. Refiro-me à disseminação desinibida de ideologias de cunho segregacionista e apologético a regimes ditatoriais.

Conversando nesta quinta com um amigo virtual, estávamos falando da necessidade de se ter pessoas de alma democrática e libertária escrevendo em blogues e em sites que recebam, graciosamente, textos e artigos elaborados por pessoas ainda desconhecidas do grande público. Tal conversa forneceu-me a força motriz que me trouxe à abordagem desta questão que, acreditem, ainda trará sérios aborrecimentos a todos nós.

Quando nos deparamos com os textos e artigos veiculados pela net por pessoas que defendem a inexistência do Holocausto, a “brandura” do regime militar no Brasil, o absolutismo da doutrina judaico-cristã e a eliminação sumária de judeus e homossexuais, e quando vemos que, em muito dos casos, seus autores ainda nem atingiram à maioridade, creio que devamos fazer uma profunda autocrítica sobre o nosso papel enquanto formadores de opinião: em que estamos errando, para que jovens comecem a considerar o nazismo, o fascismo e regimes totalitários e liberticidas soluções para todos os dilemas enfrentados hodiernamente pela sociedade?

E seria de bom alvitre ter em mente que, tal qual um vírus que ataca um organismo sadio, essas “viroses intelectuais” vão atacando as “defesas” de uma Sociedade Democrática, cujo núcleo, caro leitor, não está em outro lugar a não ser na consciência de cada um de nós, naquela concepção quase que inata segundo a qual a liberdade de expressão, a dignidade da pessoa humana e o direito à diferença devem ser respeitados por mais conflitante que tais institutos, sob uma análise mais apressada, venham a nos parecer. Quando esse “núcleo” é atacado, quando perdemos a consciência de que sem o respeito a todas as liberdades públicas e individuais, é impossível haver justiça e desenvolvimento, as “células democráticas” se enfraquecem, o “organismo social” se debilita e, sem democracia, acabamos sucumbindo diante da “virose intelectual” disseminada por mentes arcaicas moldadas pelo fundamentalismo político, religioso, cultural etc.

Esta é a razão pela qual decidi começar a escrever na internete, ainda que para isso tenha que sacrificar um tempo do qual já não disponho. Porque, se não sabe, querido leitor, só há uma “vacina” contra as “viroses intelectuais” e as imbecilidades político-ideológicas disseminadas na “web”: a informação, o relato árduo, diuturno e consistente das barbáries já perpetradas por pessoas que executaram a mesma visão de mundo dos adeptos das “doutrinações” de Olavo de Carvalho, Mainardi et caterva. A informação de que mais vale viver em uma democracia cheia de problemas e de complexos (como a brasileira) do que experimentar a pretensa “perfeição” de regimes neonazistas e autoritários. E cabe a nós espalhar este “santo” antídoto pelas mentes ainda jovens desta verdadeira imensidão política chamada internete.


A crônica da incompetência anunciada

Não sou daqueles que se sentem com a alma lavada quando dizem: “eu sabia, eu avisei”. Mas, infelizmente, neste caso terei de me socorrer a esta pedante expressão.

Era mais do que esperado que a realização de 3 concursos públicos na mesma época iria trazer sérios aborrecimentos à Administração Pública e, principalmente, aos concursandos (que, afinal, são aqueles que custeiam, através do pagamento da respectiva taxa de inscrição, toda a sistemática do concurso).

Em virtude dos (criminosos) acontecimentos envolvendo a elaboração das provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, cuja aplicação foi remarcada para os dias 05 e 06 de dezembro, os concursos públicos arregimentados pelo Governo Federal também tiveram as datas das respectivas provas remarcadas, a saber:

Receita Federal – Auditor Fiscal da Receita Federal – Dias 12 e 13 de dezembro

Ministério das Comunicações – Vários Cargos – Dia 13 de dezembro

IBGE – Vários Cargos – Dia 13 de dezembro

Tudo isso seria facilmente evitado se nossos administradores já tivessem percebido que os Órgãos Públicos devem funcionar em perfeita simbiose, desde a elaboração de programas até a elaboração de certames públicos para o preenchimentos de cargos públicos. O que lamento profundamente é saber que, nesses dias, as Capitais dos principais estados sofrerão com o aumento desproporcional da população, ocasionada pelos concursandos que terão de sair de suas cidades para se espremerem nas ruas das grandes cidades. Incompetência pouca é bobagem.

Seção “perguntar não ofende”?

Será que os arredores da Rodoviária Novo Rio também irão passar por melhorias, tendo em vista a realização dos jogos da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016? Ou será que aqueles que virão de ônibus à cidade maravilhosa para acompanhar os eventos serão recebidos pelo odor da mais lídima urina carioca?



Momento “alimentos para a alma”

O nosso alimento para a alma de hoje abre espaço para uma das mais marcantes vozes da MPB: Gal Costa. Neste vídeo, oriundo dos Festivais da TV Record (quando esta ainda era uma emissora de televisão), na década de 60, Gal interpreta “Divino, Maravilhoso”, de Gil e Caetano. Uma das maiores pérolas da Tropicália. Detalhe para toda a raiva e a força vocal empenhada pela intérprete nessa canção, consideradas por muitos como o hino dos tropicalistas contra a Ditadura Militar. Vale até a desafinada da guitarra. Afinal, naqueles tempos, as notas musicais tinham mais liberdade de contestação do que os próprios compositores.

Terminamos por hoje. Amanhã tem mais. Até lá!

Um comentário:

  1. As idéias segregacionistas e eugenistas dos agrupamentos fascistas/nazistas estão mais vivas do que nunca, pois a história não as enterrou e hoje na internet elas ressurgem com grande força, o que é um perigo para a democracia insipiente em que vivemos.

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